03 setembro, 2013

Liderança no topo? Nem sempre

Bom, como um primeiro texto a ser escrito, resolvi tratar sobre um tema que gosto Über (palavra que está na moda, é em alemão e serve para designar algo como, acima de, mais que): liderança.


Uma busca rápida e você encontra algumas definições para liderança:

a) Arte de comandar pessoas;
b) Habilidade de influenciar pessoas para trabalharem visando atingir objetivos comuns;
c) Gerir uma equipe;
d) Liderar é guiar;
e) Ser líder é ser exemplo.

Há inúmeras outras definições para liderança, fato. Digamos que hoje em dia o tema liderança é abordado em quase todos as graduações. Em áreas da administração sempre será vista, como tema de aula, palestras, módulo ou até mesmo uma matéria inteira sobre. Porém como disse alguém, que se tornou famoso por essa frase: “Teoria é uma coisa, e prática é outra”. Muitas pessoas que estão cursando ou são formadas em administração, ACHAM que estão capacitadas a liderar uma equipe e, muitas vezes, fazem tudo ao contrário.

Vou citar um exemplo.

Trabalhei como corretor de imóveis e a imobiliária era dividida, nessa hierarquia, dessa forma:

1.  Dois supervisores;
2. Cinco gerentes;
3. Uns 50 e poucos corretores, divididos proporcionalmente para os gerentes, virando assim equipes.

Um desses supervisores, que foi o que fez a entrevista e que deu o “treinamento de boas-vindas” para nós à empresa, sempre me disse que também é formado em administração, que o modo como ele iria me tratar iria ser diferente (já que nós dois poderíamos falar “a mesma língua), que ele enxergava em mim um grande potencial etc etc. Aquela prosinha, no bom mineirês.

Quando foi feita a divisão dos “iniciáticos”, novatos, fui cair numa equipe em que a gerente também é formada em administração. Não me prometeu tratamento nenhum diferente dos demais, disse que entendia o meu motivo de estar ali naquele momento e que faria de tudo para me ajudar, assim como falou para os outros. Já percebi na primeira conversa, uma pessoa totalmente diferenciada, com o dom da palavra, um jeito de conversar, de entender o outro, de fato uma líder.

Bom, com o passar do tempo fui ficando desmotivado com o trabalho por motivos pessoais. Imaginei que o supervisor, que tinha feito todo aquele discurso, vendo minha desmotivação, viesse me chamar para conversar, perguntar o que estava acontecendo, se estava passando por alguma dificuldade. Afinal ele era “O” líder do salão e havia dito que me via de uma forma diferente. Certo dia estava eu indo sentar na minha mesa, ele me segue com os olhos e me diz, em alto e bom som, ironicamente:

- Nossa em Daniel, quanta motivação para trabalhar em?!? Isso até contagia!

Fiquei no mínimo surpreso, pois um “líder”, ou melhor, um supervisor falar isso em frente a um salão inteiro. Não só não acrescentou em nada na minha atitude, além de que me desmotivei mais ainda; e o salão viu o tanto que ele é arrogante como supervisor. Que exemplo. Ah! E nem me procurar pra saber o que está acontecendo, se ele poderia fazer algo, se tinha algum problema pessoal etc, ele fez. Penso que é no mínimo complicado.

Depois, passados alguns momentos, minha gerente me chamou para conversar a sós. Pensei: Eu que não sou fumante, acho que vou fumar. Contudo, ela apenas questionou como estava indo meus dias no trabalho, como estava me sentindo, qual eram minhas dificuldades, se havia acontecido alguma coisa, se ela poderia me ajudar...conversamos e ela me deu algumas dicas. Voltando às definições, arte de guiar. Completamente diferente um do outro.

O que concluo é: Por mais que estudemos, ouvimos, pratiquemos...liderança é algo que se nós não nascemos com a arte, é preciso ser rigoroso, e ser fortalecido sempre, algo contínuo. Nós como administradores temos que saber disso. Não podermos ser dessa forma e muito menos, colocar qualquer pessoa para ser líder, é preciso observar como as pessoas se comportam em uma equipe. Quais são suas tendências, arrogantes, humildes, tímidos, eufóricos, rudes.
Para ser líder é preciso saber lidar com as pessoas. Às vezes o seu guia da liderança não está no topo.

Autor: 
Daniel Borges Cardoso, formado em Administração pela PUC-MG, campus Poços de Caldas
Cursando Pós-Graduação em Marketing pela FAAP, campus Ribeirão Preto.

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